Para Dilma, saída de Patriota foi maneira de amenizar constrangimento
Entrada de senador boliviano no Brasil, sem conhecimento do Itamaraty, culminou no pedido de demissão do ministro
Nas conversas que teve ao longo do dia, a presidente comentou que o resultado diplomático do episódio só não foi mais grave porque não houve nenhum imprevisto. Auxiliares apontam, por exemplo, que o caso poderia ter tido desdobramentos muito mais graves se as autoridades bolivianas tivessem interceptado o carro que transportou o senador da Bolívia para o Brasil.
O entendimento no governo foi o de que o caso deixou Patriota numa situação extremamente desconfortável, além de abrir uma nova frente de críticas ao governo federal. Nas discussões, apareceu a avaliação de que a presidente Dilma mal começou a recuperar a popularidade após os protestos ocorridos em junho e agora se vê em meio a um incidente diplomático.
Dilma chamou Patriota ao Palácio do Planalto somente no início da noite. O anúncio foi feito por meio de nota oficial, na qual a presidente disse ter aceitado o pedido de demissão do chanceler. A relação da presidente com o chanceler já dava sinais de desgaste, o que teria contribuído para tornar a permanência de Patriota insustentável. Dilma agradeceu a "dedicação" e o "empenho" do auxiliar pelos dois anos em que permaneceu no cargo.
O novo chanceler foi escolhido em grande parte pelo trabalho que realizou durante a Rio+20. Com fama de ser linha dura, o novo ministro deve chegar ao Brasil amanhã e deve tomar posse já no fim desta semana.
IG
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