Reajuste do salário mínimo: cálculo e impacto na economia
Foi aprovado o novo salário mínimo de R$724 que passará a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2014. O aumento nominal foi de 6,8%, mas em termos reais, isto é, descontada a inflação de 2013 prevista para 5,8%, o aumento foi de 0,93%. O valor nominal do aumento foi de apenas R$ 46.
De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal no Brasil deveria ser de R$ 2.685,47.
Como é feito o reajuste
O Governo, ao fechar o orçamento para o ano seguinte, prevê o ajuste do salário mínimo considerando a inflação do ano corrente - medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) - mais um acréscimo da variação do crescimento da economia de dois anos atrás. A variação do PIB (Produto Interno Bruto) entra no cálculo para que o salário mínimo tenha um aumento real. Além disso, considera-se dois anos passados porque não é possível computar o crescimento do PIB no mesmo ano. Haverá sempre essa defasagem de tempo.
Dessa forma, o reajuste de 2014 foi definido da seguinte maneira: a inflação de 2013 deve ser de 5,8%. O PIB de dois anos atrás, ou do ano de 2011, cresceu apenas 0,9%. Logo, toma-se a base do salário de R$ 678 e acrescenta-se a inflação prevista de 2013, que é de 5,8%. O salário corrigido pela inflação ficaria em R$ 717,32. Sobre esse valor, acrescenta-se a variação do PIB de 2011 (0,9%) chegando aos R$ 724.
Injeção de recursos na economia
Estimativas indicam que o aumento do salário mínimo deverá injetar R$ 28,4 bilhões na economia brasileira neste ano de 2014. Cerca de 48,2 milhões de pessoas têm o rendimento atrelado ao salário mínimo. O novo valor do rendimento mínimo permite a compra de 2,23 cestas básicas.
O novo valor deverá trazer um impacto de R$ 12,8 bilhões nas contas da Previdência Social. Os benefícios pagos no valor de um salário correspondem a 48,7% do montante repassado pela Previdência. No total, 69,% dos beneficiários ou 21,4 milhões de pessoas recebem um salário mínimo.
Deve haver ainda um incremento de R$ 13,9 bilhões na arrecadação tributária nos tributos sobre o consumo.
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