terça-feira, 12 de junho de 2012

Clube quer re-estatização da Transnordestina

Ferrovia seria administrada de forma não satisfatória

09/06/2012 02:05 - ANDRÉ CLEMENTE

Os Clubes de Engenharia do Nordeste estão indicando um processo de re-estatização da obra da ferrovia Transnordestina. A ideia é que a empresa pública Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. assuma a gestão da obra, excluindo a atual empresa responsável por tocar o projeto, a Transnordestina Logística (TLSA). A principal preocupação dos representantes da Câmara de Engenharia Ferroviária do Clube de Engenharia de Pernambuco é o fato de a TLSA administrar a malha de forma não satisfatória, o que inclui, principalmente, prazos não cumpridos e a gestão exclusiva da operação, também por parte da TLSA. Segundo o presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, Alexandre Santos, a ferrovia Transnordestina tem um papel essencial para o crescimento da região, mas possui vários entraves. Os pleitos foram formatados em uma carta enviada à presidente Dilma Roussef.

“Nas regiões, a Valec é responsável por todo o processo construtivo das malhas ferroviárias e somente no Nordeste é diferente. Seria uma padronização do setor no Brasil e que ficasse privada apenas a operacionalização”, disse. “O formato quando a ferrovia estiver em operação também é equivocado. Apenas os trens da TLSA poderão trafegar na ferrovia. As empresas que quiserem escoar produção, por exemplo, terão que pagar frete, que não será barato. A ideia é que o formato de tráfego seja Venda de capacidade, no qual a empresa interessada em usar os trilhos pague apenas um ‘pedágio’, usando trens próprios”, detalhou.

Há pouco mais de um mês, a fábrica de dormentes teve da TLSA, em Salgueiro, produção reduzida consideravelmente, passando de 4,8 mil dormentes por dia para 800 por dia. “Colocamos esse ponto na carta enviada à Presidência. Se continuar nesse ritmo, a obra estará paralisada em 45 dias”, avaliou. Na épo­ca, a TLSA assegurou que a redução de produção é devido ao estoque do material,  suficiente para a obra seguir até a cidade de Pesqueira, no Agreste pernambucano, um percurso de mais de 200 quilômetros de ferrovia. Procurada ontem, a TLSA não se posicionou.

As obras da ferrovia Transnordestina estão, atualmente, na área de Serra Talhada. No seu projeto, ela parte de Eliseu Martins, no Piauí, até Salgueiro, no Sertão pernambucano. De lá, conecta os portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco, com extensão total de 1.728 quilômetros. O custo total da obra é de R$ 5,4 bilhões.

http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/junho/09_06_2012/0025.html

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