quarta-feira, 31 de julho de 2013

Trem estava a 153 km/h na hora de acidente em Compostela, diz tribunal

Condutor estava ao telefone na hora do acidente, segundo caixas-pretas. Descarrilamento provocou 79 mortes, duas delas de brasileiros.



O trem acidentado em Santiago de Compostela saiu dos trilhos a 153 quilômetros por hora, segundo o tribunal que investiga o caso, que teve acesso aos dados das caixas-pretas.

O condutor, Francisco José Garzón Amo, de 52 anos, falava ao telefone com um funcionário da companhia e consultava um mapa no momento do acidente.
O trem ia a 192 km/h e ele freou bruscamente, em uma curva acentuada, até atingir os 153 km/h e bater, segundos depois.
No local do acidente, a velocidade máxima autorizada era de 80 km/h, segundo o Tribunal Superior de Justiça da Galícia.
O acidente, ocorrido em 24 de julho na chegada à cidade, provocou 79 mortes, duas delas de brasileiros.
Segundo os dados extraídos das caixas pretas, o maquinista Francisco José Garzón Amo, um experiente profissional de 52 anos, indiciado por homicídio por imprudência, parecia consultar o trajeto do trem.
"Pelo áudio armazenado nas caixas pretas, foi possível saber também que o maquinista estava falando por telefone com o pessoal da Renfe (companhia ferroviária espanhola), aparentemente com um controlador, no momento do acidente", explicou o tribunal.
"Pelo conteúdo da conversa e pelo ruído de fundo, parece que o maquinista consulta um mapa ou algum documento similar em papel", acrescentou a fonte.
Inúmeros jornais espanhóis afirmaram que o maquinista - que aparentemente conhecia bem o trajeto - teria declarado ao juiz que confundiu o trecho em que se encontrava.
"Acreditou estar em um trecho diferente do traçado e quando começou a reduzir a velocidade, era tarde demais para manter o controle da composição", afirmou o jornal "El País".
O condutor foi libertado da custódia da polícia no domingo e vai aguardar em liberdade julgamento sob a acusação de homicídio por negligência.
Procurada pela France Presse, a Renfe não quis fazer comentários.
Segundo o jornal espanhol "El País", a empresa também está verificando seus protocolos de segurança em função da tragédia.
Segundo a porta-voz da Adif, na zona do acidente, devido à mudança de velocidade máxima autorizada, o sistema de segurança passa do europeu ERTMS (European Rail Traffic Management System) para o espanhol ASFA (Anúncio de Sinais e Frenagem Automática), adaptado a velocidades de até 200 km/h, mas que não freia automaticamente o trem quando este supera o limite de velocidade.
G1

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