Alta de 4% nos custos piora índice de eficiência dos bancos
Margens menores em crédito e tesouraria não foram compensadas por mais receitas com cartões, tarifas e serviços de conta-corrente; despesas somaram R$ 36,9 bilhões nos três maiores no primeiro semestre

Nem o corte de 10 mil funcionários em um ano, nem programas de racionalização de processos ou ganhos maiores com cartões, tarifas e serviços ajudaram os três maiores bancos privados a melhorar a eficiência no primeiro semestre deste ano. Ao contrário: o índice ficou igual ou piorou nos três maiores, porque os custos aumentaram em média 4,2%, para R$ 36,9 bilhões — enquanto as receitas totais ficaram praticamente estáveis, em R$ 65,9 bilhões.
Mesmo no Bradesco, onde a eficiência ficou praticamente estável (o índice passou de 49,9% para 49,8%), o aumento dos custos foi de 4,9% — mas o banco conseguiu manter o aumento das receitas no mesmo patamar (5,2%). Apesar de contabilizar perda de receitas com operações de tesouraria (aplicações de recursos próprios em títulos de renda fixa), devido a alta dos juros no período, na média a queda das receitas com intermediação financeira (crédito e tesouraria) foi modesta, de apenas 1,8%.
Jesús Zabalza, presidente do Santander Brasil, está empenhado em aumentar a diversificação de receitas. No semestre, houve aumento de 21,3% essas receitas. Mas o custo da inadimplência penalizou as receitas com crédito, que recuaram 14,9%. “O banco precisa aumentar a escala para diluir melhor seus custos”, diz Santacreu. Como resultado, a eficiência subiu de 62,5% para 73,4%.
As receitas decorrentes dos serviços de conta corrente atingiram R$ 1 bilhão no segundo trimestre no Itaú, “devido ao crescimento na quantidade de pacotes e serviços vendidos, mais ações de cobrança, e da adesão e adequação aos serviços prestados aos clientes Uniclass e ao segmento de pessoas jurídicas”, segundo o banco.
Santacreu explica que os índices de eficiência calculados pela Austin podem não coincidir com os apresentados pelos bancos por diferenças de metodologia: a Austin não inclui despesas tributárias enquanto o do Itaú inclui; e o cálculo do Santander exclui as despesas de amortização de ágio na compra do Banco Real em 2008, e a Austin usa o lucro contábil. Para Santacreu, retirar o custo da aquisição do Real e não retirar as receitas de crédito que o Santander herdou não faria sentido.
IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário