segunda-feira, 2 de junho de 2014

Rio espera com obras atrair empresas para investir no VLT


Projetos representarão um verdadeiro motor para as companhias que se instalarem
Por Mauricio Athayde

As parcerias público-privadas que estão alavancando os investimentos em infraestrutura no Rio de Janeiro não deverão se limitar aos projetos voltados para os grandes eventos esportivos marcados para a cidade. Essa tendência deverá se firmar e novos investimentos deverão ser feitos com recursos das grandes empresas. A previsão é da especialista em Competitividade Industrial e Investimentos da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Júlia Nicolau.

"Acho que é uma tendência que veio para ficar com o setor público ficando cada vez mais no planejamento e os recursos privados sendo investidos em novos projetos", afirma Júlia, que destaca o projeto do Porto Maravilha que não está ligado diretamente aos eventos esportivos, mas pegou carona nas Olimpíadas e deverá mudar radicalmente o perfil de uma área totalmente degradada.

Júlia ressalta ainda, como exemplo de investimento da iniciativa privada, que nos próximos cinco anos o estado terá uma infraestrutura portuária a cada 40 km de sua cos¬ta. "Serão 14 instalações desse tipo, com vários tamanhos e finalidades, dando ao Rio a condição de porta de entrada e de saída do país", afirma ela.

Os projetos de infraestrutura que estão sendo desenvolvidos na cidade, afirma Júlia, representarão um verdadeiro motor para novas empresas se instalarem no Rio, além das que já se encontram no estado e que poderão ampliar suas plantas. "Lugares com melhor infraestrutura certamente atraem mais investimentos", diz.

Porto Maravilha

A revitalização da área portuária do Rio de Janeiro, que vem sendo feita pelo projeto Porto Maravilha poderá se tornar o maior legado de infraestruura urbana resultante das obras e ações iniciadas visando os grandes eventos esportivos que vão ocorrer na cidade. A iniciativa é uma ação com recursos públicos e privados que totalizará cerca de R$ 8 bilhões até 2022. Com cerca de cinco milhões de metros quadrados, esse pedaço da Cidade Maravilhosa estava esquecido por seus habitantes e vinha sofrendo com a degradação e o abandono. O projeto representa uma retomada das grandes obras de infraestrutura visando a melhoria da qualidade de vida dos cariocas.

VLT

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Rio de Janeiro deverá começar suas operações bem antes do início das Olimpíadas, que serão realizadas em 2016. Quem garante esse compromisso é o secretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Município, Jorge Arraes. Segundo ele, duas linhas deverão entrar em funcionamento bem antes de 2016 em caráter experimental. Arraes explica que o novo meio de transporte não exige uma implantação com alto grau de complexidade.

"O VLT não é um transporte de implantação complicada como metrô e trem que precisam de infraestrutura complexa para ser implementado. Ele transita no nível da rua e por ser leve, sua infraestrutura de rodagem é bem mais simples de ser implantada. Além disso, na instalação da infraestrutura não precisa isolar toda a rua para fazer as obras, basta um trecho que já é possível trabalhar na colocação dos trilhos", afirma Arraes.

O VLT, que vai operar no Centro, mas principalmente na nova área do Porto, poderá se tornar também um novo ícone do legado das Olimpíadas para a cidade pela integração desse transporte, com carros de design moderno, em meio a prédios antigos e vários centenários que se encontram ao longo do trajeto de suas linhas. O novo "bondinho" deverá se integrar de forma harmoniosa por não possuir rede elétrica aérea. A energia é fornecida pelo sistema APS (alimentação pelo solo) durante as paradas por um terceiro trilho. Esse sistema já foi implantado com sucesso em diversas cidades europeias e vem a ser uma forma de alimentação de energia pelo solo combinado a um supercapacitor, espécie de bateria que fica no próprio bondinho.

O investimento para implantação do bondinho é de R$ 1,164 bilhão, sendo R$ 532 milhões em recursos do Ministério das Cidades e R$ 632 milhões de contrapartida da Prefeitura do Rio. O projeto será executado por parceria público-privada (PPP). As empresas Actua - CCR (24,4375%), Invepar (24,4375%), OTP - Odebrecht Transportes (24,4375%), Riopar Participações, sócia do Grupo CCR na CCR Barcas (24,4375%), Benito Roggio Transporte (2%) e RATP do Brasil Operações (0,25%) serão responsáveis pelas obras de implantação, compra dos trens e sistemas, operação e manutenção do VLT por um período de 25 anos.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria e Serviços - http://www.sinfer.org.br/site/ultimas_noticias.asp?id_noticia=40181199&id_grupo=1&id_canal=1&p=1 

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