sexta-feira, 11 de julho de 2014

Universidade brasileira desenvolve trem que flutua

Com tecnologia de ponta, o Maglev Cobra levita nos trilhos e não polui
Embora a tecnologia de levitação magnética (maglev) para ferrovias venha sendo pesquisada há mais de 40 anos na Alemanha e no Japão, atualmente apenas duas linhas operam comercialmente no mundo: em Xangai, na China, e Aichi, no Japão. Pois o Brasil, em futuro próximo, pode se juntar a esse clube fechado. O Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com outros institutos de pesquisa, está desenvolvendo o projeto do Maglev Cobra, um trem flutuante que poderá, por exemplo, ligar o Rio de Janeiro a São Paulo a 450 km/h, a um custo de implantação equivalente a um terço do investimento em uma linha convencional de metrô, com manutenção até 50% mais barata. E importante: trata-se de um veículo de transporte menos poluente, pois é movido a energia elétrica.

O projeto da UFRJ optou pela levitação magnética supercondutora, considerada a mais moderna tecnologia nesse segmento. Uma placa de cerâmica supercondutora é resfriada à base de nitrogênio e, ao se aproximar de trilhos magnetizados por meio de poderosos ímãs – feitos a partir de uma composição de neodímio (Nd), ferro (Fe) e boro (B) –, provoca o efeito de levitação. Os pesquisadores realizam testes de bancadas com os componentes isolados, incluindo um módulo que já suportou sem problemas o peso de seis adultos, para então montar o veículo e testar todos os componentes interligados.

O projeto Maglev Cobra inicialmente implantará uma linha curta de testes, talvez já em 2015, estendendo-a posteriormente dentro do campus da UFRJ, com a capacidade de transportar 20 mil alunos por dia. A partir dos resultados obtidos, a aprovação final do sistema o liberará para uso comercial. As viagens mais longas, como a São Paulo-Rio, porém, ainda devem esperar um pouco. O objetivo inicial do Maglev Cobra (cujo nome deriva de sua semelhança com o réptil, por ter unidades curtas que permitem fazer curvas mais acentuadas) é interligar pontos estratégicos urbanos, como aeroportos ou estações de metrô.

A chegada desse novo modal de transporte urbano abrirá grandes possibilidades para inovar na chamada internet industrial, como, por exemplo, os sistemas de sinalização e controle metaferroviário desenvolvidos pela GE, que supervisionam automaticamente trens e suas conexões.

Assim, as operadoras de trânsito urbano terão a infraestrutura necessária para enfrentar desafios e mudanças na rotina operacional sem dificuldades – desde o aumento de número de passageiros até disponibilidade de serviços ou consumo de energia.

Fonte: Revista Época Negócios - http://www.sinfer.org.br/site/ultimas_noticias.asp?id_noticia=56151219 

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